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Flávio de Carvalho

Arquiteto, engenheiro, cenógrafo, teatrólogo, pintor, desenhista, escritor
Rio de Janeiro (1899 – 1973)

Flávio de Carvalho formou-se em engenharia civil na Inglaterra (1922). Ele estuda em paralelo a pintura, sempre tendo o pensamento de nunca seguir por caminhos já trilhados.

Flávio de Carvalho foi considerado por Le Corbusier um “revolucionário romântico” no encontro que tiveram em São Paulo em 1929. De fato, os planos do brasileiro em introduzir a arquitetura moderna na cidade nunca foram concretizados. Flávio sempre se envolveu de forma inovadora e provocativa nos diversos tipos de Arte. E principalmente na Arquitetura e no Design, com conceitos baseados na sua imaginação criativa, buscando novas formas de viver e pensar.

Pintor e desenhista de renome internacional, Flávio tem estilo ligado ao Expressionismo e Surrealismo. Porém sua Arte se distingue por retratar quase exclusivamente o nú e retratos. Mário de Andrade, Oswald de Andrade e José Lins do Rego foram retratados por ele. Artista prolífico, a obra de Flavio e Carvalho conta aproximadamente cem óleos, mil desenhos e duzentas aquarelas.
Em 1928 lança-se como arquiteto com a apresentação de seu projeto para o Palácio do Governo do Estado de São Paulo. Na década de 30, fixa residência em São Paulo onde é influenciado pela cultura modernista. Ele é considerado hoje como um dos precursores desse movimento na arquitetura brasileira.

Flávio de Carvalho sempre teve o pensamento de que Design de interiores e Arquitetura estão interligados, um dependendo do outro. Um outro projeto arquitetônico de importância, foi a realização do complexo de casas da rua Alameda Lorena, em São Paulo (1936-1938), para as quais chegou a desenhar especialmente os ladrilhos hidráulicos, os guarda-copos e as mesas dos solários.
Em sua casa na Fazenda Capuava (1939), em Valinhos, se dedicou a desenhar os detalhes, inclusive alguns móveis. Entre os móveis, está a poltrona Flávio de Carvalho (FDC1) com estrutura em ferro e tiras de couro. Nos anos 80, o Nucleon 8 lançou uma produção de poltrona. Porém, foi nos anos 2000, com iniciativa da Futon Company e da editora Objekto que a poltrona FDC1 ganhou nome e destaque no mercado internacional.

Hoje a FDC1 é editada mundialmente pela Objekto e distribuida no Brasil pela Futon Company. Outra incursão no desenho industrial foi um projeto de persiana de alumínio, que ao tentar comercializa-la, não obteve exito porém, recebeu em 1938 o prêmio na I Feira Industrial do Estado. Em meados dos anos 50, uma nova dimensão do trabalho do artista pluridisciplinar ganha corpo: a geometrização que sempre esteve presente ao fundo dos retratos e nus. Fixando este período de seu trabalho, expõe na Galeria I´Obelisco, em Roma. Todas as experiências tornaram Flávio de Carvalho um dos mais completos artistas de sua geração.