Paulo Mendes da Rocha na Futon Company com Matthieu Halbronn (2010)
Mendes da Rocha vence o Prêmio Imperial do Japão
O arquiteto e urbanista Paulo Mendes da Rocha vence o Prêmio Imperial do Japão na categoria arquitetura. Paulo Mendes da Rocha é o segundo brasileiro eleito, após Oscar Niemeyer premiado em 2004.
Este ano, em maio de 2016, o arquiteto que já havia ganhado o prêmio Pritzker (2006), foi premiado com o Leão de Ouro da Bienal de Veneza, pelo conjunto de sua obra.
O 28° “Praemium Imperiale” conta com 5 categorias, onde os ganhadores são: pintura: Cindy Sherman, arquitetura: Paulo Mendes da Rocha, escultura: Annette Messager, música: letão Gidon Kremer, teatro/cinema: Martin Scorsese.
O prêmio vai ser entregue em Tóquio no dia 18 de Outubro pelo Príncipe Hitachi. Cada vencedor irá receber 15 milhões de ienes.
Um pouco mais sobre Paulo Mendes da Rocha…
Com 87 anos, Paulo Mendes da Rocha é um dos principais atores do modernismo brasileiro e em particular no ramo paulista do movimento. Na década de 1950, o início da carreira de Mendes da Rocha é marcado pela sua adesão à escola Paulista, tendência brutalista. Trata-se de um movimento arquitetônico avant-guardista no qual matérias primas e formas limpas buscam enfatizar a dimensão estética da arquitetura. Em 1968, sua produção já conta com várias casas particulares e prédios de moradia em São Paulo. Ele assina também ginásios e edifícios culturais, dando início a uma reputação internacional. Entre os mais famosos projetos de Paulo Mendes da Rocha, estão o estádio o Serra Dourada em Goiânia (1973), e o Museu Brasileiro de Escultura (MUBE) realizado em São Paulo (1988). Poucos foram os projetos fora do Brasil. No entanto, contamos o Pavilhão Brasileiro na Exposição Universal em Osaka em 1970. Em 1971, ele foi um dos finalistas do concurso para a realização do Centre Pompidou em Paris. Recentemente, ele assinou o plano de desenvolvimento do campus universitário de Vigo, na Espanha.
Icónica Paulistano Chair
Foi na ocasião do projeto do ginásio do Clube Paulistano que ele imaginou a emblemática poltrona Paulistano como mobília do ginásio (1957).
Pouco produzida até os anos 2000, a Paulistano ganha produção em série com a Futon Company a partir de 2003. Rapidamente, a edição é assumida pela empresa Objekto que dá alcance internacional à peça.
Presente em várias mostras internacionais desde 2006, a Paulistano ganha publicações na imprensa internacional. Sua presença no acervo do MoMA comprova um reconhecimento global como peça icônica do design.
Sucesso crescente, a Paulistano está à venda nas melhores lojas de design autoral do mundo inteiro.
Atemporalidade premiada
Os dois prêmios recebidos este ano por Paulo Mendes da Rocha confirmam o reconhecimento unânime pela profissão. No âmbito da obra do arquiteto, é recompensados a natureza intemporal de seu trabalho -tanto estilisticamente que fisicamente- e o investimento social dele. “A característica mais marcante da arquitetura [de Paulo Mendes da Rocha] é a sua atemporalidade. Várias décadas depois de sua construção, cada projeto tem resistido ao teste do tempo, tanto na física que esteticamente”, comentava um dos organizadores da Bienal de Veneza. Além da qualidade do trabalho e do investimento humanista, foi destacado de novo em Tóquio o compromisso do arquiteto com as gerações futuras.
Paulo Mendes da Rocha é um modelo para gerações de arquitetos no Brasil, na América Latina e no mundo.
